Este
texto, é a agenda dos acontecimentos nos primeiros dias do ano de
2005, depois do tsunami e da separação, como podereis entender,
todo reflecte uma acção que estava antecipadamente preparada, pois
nunca me passou pela cabeça, fugir com meu filho fosse para onde
fosse, ou seja, diz este rumor, como logo me apercebi e em outras
ocasiões relatei, que algo de muito grave se estava a passar naquele
momento muito para além da separação em si mesma, e que uma grande
teia de mentiras tinha sido posta em acção.
A
estranha atitude de meu pai, aqui relatada, que nunca entendi para
além do expressado, me desvelou na altura que de alguma forma os
conspiradores o teriam engando de forma a ele ter este comportamento
comigo, ou, que fora hipnotizado, sendo provavelmente caso, que tenha
sido através dessa puta, Ana Paula Valente, uma das “front pys”
neste imenso crime contra uma criança e um pai
Diário
dos acontecimentos
Dia
5 – enviei á Teresa um email pelo p da Elsa a dizer-lhe o que a
Dr.ª Ana Paula me tinha pedido para transmitir. Disse-me que não
lhe fazia sentido, como eu esperava, depois informou-me no telefonema
que lhe fiz no sábado, que se calhar irá, disse-me que iria
contactar a Dr.ª Ana Paula para marcar a agenda.
Dia
6 – recebi um telefonema do Paulo Pires, que me disse que o
Geirinhas lhe tinha telefonado a perguntar por mim, que eu me tinha
passado e que tinha fugido com o meu filho.
Telefonei
de seguida ao Geiras que me disse que a t. lhe tinha falado
expressando a preocupação comigo e lhe falara sobre a vontade que
lhe tinha comunicado de o filho ficar comigo durante os dias da
próxima semana, quando a t. se encontrar em viajem no estrangeiro.
Expliquei-lhe que estava bem, e ele insistindo mas vê lá que a
criança está desequilibrada e se calhar é melhor não ficares com
ela, desculpa, lá de me estar a meter mas …..
Dia
6- meu pai diz que quer falar comigo, diz-me o mesmo que todos acham
que eu não devo ficar com o meu filho durante estes dias. Saio porta
fora do carro depois de ele me agarrar pelo braço e dizer-me que nem
que me tenha de mandar prender. Encontramo-nos mais tarde e lá
consegui que pelo menos ouvisse o meu ponto de vista sobre o que se
está a passar.
A
t. está a manipular todos e tudo, todos de repente se viram contra
mim, mesmo aqueles que eu amo e me amam como os meus próprios pais.
Enviei-lhe
um msm, que dizia, não seria mais fácil, se quiseres saber de mim,
telefonares-me? E que achava menos católico estar a envolver os
amigos a defender o seu ponto de vista e lhe pedia para não os
incomodar e para não os envolver.
Dia
7. Sexta para sábado. t. Levou o Francisco sem me avisar para
segundo me disse passar o fim-de-semana com os avos na sua casa da
Ericeira. Não sei se é verdade ou não.
Telefonei-lhe
no sábado de manhã para lhe dizer, que sobretudo nesta altura da
nossa relação, agradecia que antes de levar ou deixar o Francisco
onde quer que fosse, fora da casa onde como família habitamos, que
me avisasse previamente. Ela concordou e pediu o mesmo em relação a
mim. Disse-lhe que sim.
O
que é curioso, é que ela disse aos amigos que eu tinha fugido com o
Francisco e na volta foi ela com ele embora sem me avisar.
Dia
16 de Janeiro. Voltei de Alcobaça e combinámos almoçar os três em
casa.
Mais
uma vez me disseste que “querias um homem rico”. Já por diversas
vezes ao longo do tempo me expuseste este sentir. Ainda recentemente
me dizias que eu não era assim, quando me conheceste, que eu era um
homem empreendedor, que ganhava muito dinheiro, e que agora estava
diferente. Dizes que era bom ter um homem rico pois assim não
precisavas de trabalhar, e acrescentas, pelo menos não precisavas de
trabalhar tanto. E eu, mas porque colocas esse papel, essa
expectativa em mim, como homem, e acrescento agora o resto do fio do
meu pensamento.
Também
poderia dizer-te o mesmo, se bem que não me faça sentido não
trabalhar, mesmo que fosse rico, mas não seria melhor nenhum de nós
pôr essa expectativa sobre o outro. Por que diabo um teria que
sustentar o outro? E depois, meu amor, relações em que alguém
sustenta um outro, podem facilmente tornar-se relações de
dependência, com por vezes tristes consequências, parecidas com
aquelas que atravessamos.
Perguntas
para quem? Para os dois como sempre, é sempre para os dois, mesmo
que muitas vezes só falemos do oprimido, mas o algoz, torna-se assim
algoz, e concordarás comigo que ser algoz, como projecto de vida tem
muito que se lhe diga. É um bocado como as estranhas dependências
que se criam entre os polícias e os prisioneiros, quando os
interrogatórios descambam em tortura.
Também
hoje me disseste que já desde Novembro que me vinhas dizendo querer
uma vida nova. É verdade que desde sempre me foste dizendo coisas, e
que então tinhas desde essa data três pretendentes, ou melhor, três
homens que te interessam, pois pretendentes sempre tiveste muitos, se
bem te conheço, naquilo que não assumes. E que em 31 foste almoçar
com um que depois deu origem à troca das mensagens que eu li.
Aquelas que revelavam o enamoramento e a vossa relação intima.
Vais-me dizendo as coisas as pinguinhas, como sempre. Depois
perguntei-te quem eram então os outros dois, e tu, para que queres
saber. Para que quero eu saber? E tu, porque não me queres dizer?,
foi a pergunta que te devia ter posto.
17
de Janeiro- 2º encontro com a Dr.ª Teresa maia
Comecei
por lhe dizer que provavelmente existiria um mal-entendido, que tinha
tido infelizes repercussões e que queria esclarecer.
Sabe
a ideia com que fiquei no final do primeiro encontro, foi a senhora
ter concluído depois de uma hora de conversa que eu não lhe parecia
esquizofrénico, e que devido aquilo que lhe contei, do emaranhado do
momento geral em diversas áreas da minha vida, que lhe parecia útil
que continuássemos a falar, pois tal podia me ajudar.
Expliquei-lhe
então,
Conversa
à noite na nossa casa comum com a Teresa. Perguntei-te mais uma vez,
para aí, a quinta, se sim ou não querias ir à consulta da Ana
Paula. E depois perguntei-te se querias salvar a nossa relação e o
nosso projecto de família.
A
proximidade dos espaços íntimos, comuns e dos corpos. Corpos que se
revelam, por debaixo do roupão de seda, aberto, por vezes, quase
revelando teus seios, e eu desejo de os agarrar, como tu gostas que
eu te os agarre, firmes com força, que me leva por vezes a pensar,
se não te estarei a magoar.
E
eu de início espantado de pensar e de pensamento, porque só gostas
assim com força, porque precisas da força para sentir o prazer,
porque no seu oposto, não te agrada a suave ternura, aquela, em que
as mãos como que só deslizam sobre a pele, que desperta um prazer
de mansinho, que se torna lento levante até desembocar nos maiores
sóis. Força, espelho de intensidade forte do sentir na pele, na
carne do corpo, como que uma forma de saber dele, porque algo o
agarra, o torce.
Tudo
bem, fácil de perceber que se o outro assim nas vezes nos trata, que
poderemos então entendê-lo como demonstração de inequívoco
desejo, aquilo que se acorda chamar uma forte paixão, um forte
desejo de nós, mas meu amor, o desejo e a sua expressão é como uma
escala musical, mesmo, entre as notas que os homens acordaram para
dividir o indivisível, são múltiplas e infinitas suas cambiantes,
seus lugares nessa ordem, nessa linha vertical imaginada.
Todas
as notas, todos os entre notas que possamos ouvir, imaginar, criar,
existem, estão lá, são um mesmo som contínuo no tempo do seu
existir infinito, como o amor, que é, poesia, música e pauta.
Oh
meu amor, o meu desejo por Ti existe e é-me claro como a agua.
Porque te acho bela em meu olhar, assim meus olhos do meu coração
decidiram ver-te ao longo deste tempo e o meu desejo, não precisa
ter uma forte expressão na forma como agarro e torço teu corpo,
para o revelar, a mim agrada-me também a doçura dos vales, do
prazenteiro calor de verão, que acalma e torna lânguidos os corpos
no seu encontrar, como que os derrete no seu aproximar, na sua
linguagem própria que os aproxima.
Oh
meu amor, recordo e trago dentro de mim, o meu desejo do lento
lamber, do rasante acariciar, naquela fina linha eléctrica que se
cria e se gera quando as peles quase se tocam e nesse quase, nesses
momentos habitam, despertar um fino e rendilhado desejo, pois desejo
e desejar são arte, uma arte onde os belos pintores, porque assim o
querem ser, podem pintar as mais belas paisagens. E será a carícia
da pele que quase não toca a outra, uma afirmação de menos
vontade, de menos desejo, de menos querer o outro?
Oh
querida, como fomos perdendo o verde do campo dos suaves beijos, uma
forma de fazer poesia com teu corpo e tua alma, recordas-te? Como
teus lábios se alongam, se distendem em sorriso, como te acalmas meu
pássaro e te despertas em suave crescendo, até desaguar.
Oh
minha querida, como eu gosto de te lamber infinitamente naquele lugar
que ambos conhecemos, mãe de todos os mistérios. Como gosto eu de
misturar com minha boca, minha seiva, à tua que desperta, como gosto
do sabor, daquele mel, melaço, doce mel, que tudo empapa como papa
com quase grumos. Assim me misturo com minha cara, meu olhar e ver,
meu gosto, meu cheiro, a Ti, assim mais fundo me uno e me completo
nesse Mel de Amor. Ah se soubesses, como me sinto então, próximo de
ti, o mais dentro de Ti.
Oh
meu amor, e Tu, um dia me disseste em tom frio e clínico, que eu
lambia bem, que era o homem que conhecias que melhor o fazia. Coisas
desnecessárias de se dizerem, meu amor, porquê comparar, porquê
reduzir ao lamber, pois é muito, muito mais que isso, meu amor e tu
sabê-lo dentro de Ti. Poderias dizer em vez, foi bom, meu amor, que
delícia me ofereceste, ou outra coisa qualquer, menos fria.
Mas
este, é só um dos lados da tua natureza, o analítico, o frio
emocional, uma distância que se insinua muitas vezes, um último
reduto, que queres sempre defender, que eu Te vejo sempre a defender.
Uma forma de Tu seres, dirigida, sem deixar que ninguém transponha
esse teu lago imenso, secreto e cheio de segredos.
Oh
meu amor, eu sei como te vês, sei da tua consciência desses lados
da tua natureza, de uma fortíssima ligação à terra, ao seu poder
organizador, fecundo da vida, sempre à procura do que decides por
melhor, e que revela por vezes uma determinação não só poderosa,
mas uma frieza com laivos de terrível. Um eu irredutível, que
resiste sempre em impor a sua direcção até onde lhe deixarem. Um
suavíssimo impor, uma extrema diplomacia, Tu meu amor, que estiveste
quase numa carreira de serviços de informação, tal mata hari da
tua adolescência, como te vês. Vejo-te agora, aqui a sorrir a ler,
mata hari, pois é uma imagem de secretismo que tanto te seduz, que
tanto praticas
Mas
meu amor, a diplomacia, funciona numa espécie de toque e foge, de um
longe de permeio, e no espaço íntimo dos dias dos seres, chega por
vezes o momento, em que ela não funciona mais. A arte da fuga, como
lhe chamas, o teu padrão da fuga longa e dissimulada, que sempre
magoa quem está ao lado e eu a dizer-te isto no outro dia, vi em tua
cara, como se um espanto fosse, como não percebesses, não tivesses
consciencializado, que estes processos por muito dissimulados que
sejam, são sempre sentidos pelo outro, que magoam, por vezes mais
que a clareza das coisas, no tempo certo, o tempo em que acontecem.
Um
nunca querer nem entrar em confronto, uma exímia desarmadora,
Como
e o Teu lado do voo do pássaro. Aquele que Te fez por duas vezes,
apaixonar-te por poetas. O teu lado da poesia, dos cavaleiros e das
princesas, oh meu amor, como Tu então te tornas bela e radiante,
quando te vejo a navegares nesses mares e eu feliz por ir a teu lado.
Aquele
lado da Sedução, da qual és Eximia Filha Oh meu amor,
sempre
esta ideia recorrente, tanto amor entre nós, tanto um do outro nos
gostamos e tão mal nos fazemos. Tudo talhado para a felicidade do
amor, e tanto mal nos vimos fazendo.
É
como sentir ficar no ponto onde o rio desagua no mar, quase lá, mas
a ele não chegando, como um véu, que não permite a entrega e
depois a guerra, a guerra das rosas, que há longo tempo guerreamos,
e o amor sempre lá por detrás a espreitar, pronto a saltar, um
imenso amor, pois se assim não o fosse, não teria resistido tanto
tempo, às guerrilhas e as guerras. E tanta Paz, também, neste tempo
provada. Por isso a dor se carrega mais em cada um dos nossos corpos
no agora em que estamos. Subindo aos píncaros, e descendo depois ao
fundo da terra, acentua o contraste, uma imagem que tende ao preto e
branco, que revela a grandeza da perda, daquilo que se perdeu, ou se
vai nas vezes perdendo.
Oh
meu amor, podia dizer-te
Ideias
soltas
Estamos
em caminhos diferentes de carreiras, tu muito ocupada, cada vez mais
e eu a querer descomplicar a minha vida nesse plano. Questão da
cunha.
Oh
minha querida trago em meus olhos, do meu coração, repetidas
memórias da fuga do teu corpo, de um incómodo, que no início
pensava ser de hipersensibilidade e que depois foi vendo com outros
tons, pois mesmo que diversas vezes te tenha pedido que me
explicasses, provavelmente nunca o entendi, ou tu não mo explicaste.
Sempre
quis que me ensinasses o teu prazer, que me conduzisses na revelação
Sonho
da manhã de 27 de Janeiro.
Em
nossa casa. Eu, a T, o Francisco e a Sogra.
A
Teresa pede-me para levar roupa para a marquise. No chão estão
escritos dela que fala dos seus diversos amantes ao longo do tempo em
que comigo esteve. Depois ajudo a meter convites em envelopes, para o
dia 18 de Fevereiro. Pergunto à sogra, que festa é esta, pois por
qualquer razão que me é desconhecida, não consigo ler o seu
conteúdo ou ele não é explícito. Obtenho uma resposta evasiva.
Depois na casa de banho a parede está a ser pintada de azul em
frente ao local do espelho. A parede da banheira está coberta por um
lençol branco que oculta algo.
Análise
de possibilidades: Festa de casamento da Teresa e do Nuno Debonnaire.
Entronca com um segredo que o Francisco transporta e que não me diz.
Triste e terrível realidade de quem inculca segredos numa criança
que devem ser ocultados do seu próprio pai. Perversos, perversidade
e manipulação. Vade retro manipuladores, que Vos caia em cima as
vossas próprias intenções. Será que ele sabe de um casamento
agendado?
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